quinta-feira, 9 de abril de 2009

Relacionamentos Humanos Em Tempos de Microondas

Os dias passam, e cada vez mais percebo um mundo solitário formando-se ao meu redor.

As pessoas não se conhecem e nem se preocupam umas com as outras e as relações são todas instantâneas; o prazer é imediato e não necessita de conquistas.

Não há tempo para saborear um beijo, deliciar-se com um abraço, apenas engole-se tudo isto sem mastigar, e por mais incrível que pareça, não há engasgo; tudo é tão habitual que não há surpresas diante destas cenas.

O vizinho é apenas o “cara que mora ao lado” e o colega de trabalho (ou de escola) apenas alguém que trabalha (ou estuda) no mesmo lugar que você.

...O grande “barato” é “ficar”, e quanto mais, melhor; o nome do “fulana”, não importa, o que interessa é se ela era bonita; e depois? Ah, depois a gente escolhe uma melhor ainda, porque, “a fila anda!”.

Tudo tem que ser rápido e prático, dentro ou fora da cozinha, troca-se à massa feita artesanalmente pelas “mamas” por “macarrão instantâneo” e “lasanha de microondas”.

E enquanto isso, existem caras, como eu, que querem muito mais que isso.

Não queremos, simplesmente, “ficar”.

Queremos compromisso, queremos ter pra quem ligar no meio da noite só pra ouvir a voz da mulher amada.

Queremos ligar pela manhã só pra dar “bom dia!”.

Queremos passeios de mãos dadas. Palavras de carinho sussurradas no ouvido…

Mas, será que isso ainda é importante?
Não sei responder…
 
Como competir com os “marombeiros de plantão” que as mulheres adoram?

Como competir com os caras 0% (de gordura e de cérebro)?

Deixo bem claro que não tenho absolutamente nada contra àqueles que gostam de passar horas e horas na academia, eu só não gosto de rótulos.

É isso… Deixo aqui meu desabafo frustrado, sabendo que pouca gente vai ler isso e, mesmo as pessoas que lerem, não vão dar a mínima…

1 comentários:

Breno Machado disse...

"Será que eu sou medieval? Baby, eu me acho um cara tão atual!"
-Cazuza, Medieval II

Nós, românticos somos, via de regra, anacrônicos. Temos o paladar para apreciar um bom prato feito num forno à lenha, à revelia dos miojos que o mundo nos oferece.

Belíssima reflexão, Vinnie. Que nossas panelas continuem velhas.