sábado, 13 de dezembro de 2008

Amor (Ahimsâ)

O ódio mata sempre, o amor não mata nunca.

O amor é a força mais poderosa que possui o mundo e, entretanto, ela é a mais humilde que se possa imaginar.

A não-violência completa é a ausência completa de maus desejos com relação a tudo o que vive. A não-violência, sob forma ativa, é a boa vontade para tudo o que é vivo. É o amor perfeito.

O ahimsâ é o extremo limite do perdão. E o perdão é o próprio homem corajoso. O ahimsâ não é compatível com o temor.

O mundo está saturado de ódio, vemos este sentimento invadir os povos ocidentais. Constatamos que o hino ao ódio não traz proveito à humanidade. Pudesse a Índia ter o privilégio de abrir um novo capítulo e dar uma lição ao mundo.

Não sou um visionário. Pretendo ser idealista prático. A religião da não-violência não é reservada aos rishis e aos santos. Ela é destinada, também, ao homem comum.

Tenho por objetivo a amizade com o mundo inteiro. Quero unir o maior amor à mais firme oposição ao mal.

A lei do amor governa o mundo. A vida persiste a despeito da morte. O universo continua malgrado a destruição incessante. A verdade triunfa sobre o erro. O amor sobrepõe-se ao ódio. Deus triunfa eternamente sobre o Diabo.

A não-violência não se realiza macanicamente. Ela é a mais alta qualidade do coração e se adquire pela prática.



(Cartas a Ashram, Gandhi, Hemus Livraria e Editora, 1971.)

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