sábado, 13 de dezembro de 2008

Simplesmente Amor

Um lento,
suave,
sofrível
sentimento
vem dentro
roendo
no peito...
Vem lento,
apaixonante,
maravilhoso,
vem grave,
suave,
vem lento...
Lentamente, algum olhar ausente,
alguma voz tão branda e macia,
que lentamente no peito ardia,
preenchia esta alma lentamente...
Lentamente, meu amor se abria,
surgia assim... quente... lentamente...
doía... mas doía contente.
Lentamente, um grande amor nascia.
Ah! pudesse eu tê-la aqui presente!
Pudesse beijá-la e abraçá-la loucamente!
Ausente fosse a saudade de cada dia!...
Este peito, ardente renascia,
nunca se sentiu assim... desde que me entendo por gente,
não morria assim... de amor... tão simplesmente!
Puro e belo sentimento
louco, totalmente louco!
Vivo eu sempre em alegria crescente,
que de fé - tenho Deus que me ilumina,
de razão - tenho o suficiente
e o amor que sinto continua crescente!
Vou-me embora daqui,
vou onde está o meu amor,
vou morar no vão do vento!
Eu já vi o vão do vento:
ele vaga vagaroso,
velado, vertiginoso,
volta e verte, violento,
esse voraz, venturoso,
vil e vacinal veneno.
E lento,
vem lento,
suave,
profundo
sentimento
que cresce,
no peito,
sofrível...
(incrível!)
Vem grave,
suave,
vem lento...




(Vinícius Bento)

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