quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sobre Amor

“Acho que o amor é muito parecido com o espelho. Quando amo alguém, essa pessoa torna-se meu espelho e eu me torno o dele; e refletindo-se um no amor do outro, vemos o infinito”.

 

“Só podem dar aquilo que têm. Esse é o milagre. Se tiverem amor, poderão dá-lo. Se não o tiverem, não poderão dá-lo. Na verdade, a questão não é dar, certo? A questão é compartilhar. Posso dividir com você tudo o que possuo. Com isso não perco o que possuo.”

 

“Não acreditamos mais em nossas sensações. O homem não chora. Quem disse? Se o que você sente lhe dá vontade de chorar, chore. Eu choro sempre. Choro quando estou feliz choro quando estou triste, choro quando um estudante diz algo bonito, choro quando leio poesia. Se você sente alguma coisa, deixe as pessoas saberem o que sente. Você não está cansado dessas caras estóicas que não demonstram nada? Se tem vontade de rir, ria. Se gosta de alguém, diga, vá e dê-lhe um abraço. Se você acredita nisso, é isso.”

 

“Ninguém pode dar aquilo que não possui. Para dar amor, você deve ter o amor.”

 

“Ninguém admite aquilo a que não se entrega. Para se entregar ao amor, você deve ser vulnerável a ele.”

 

“O amor não é aprendido por osmose. Na verdade, depende da atuação de todos nós.”

 

“A maioria de nós nunca aprende a amar totalmente. Representamos no amor, imitamos amantes, tratamos o amor como um jogo. É de surpreender que muitos de nós estejamos morrendo de solidão, sentindo-nos ansiosos e incompletos, mesmo em relações aparentemente íntimas, e estejamos sempre procurando algo mais que sentimos que deveria existir.”

 

“O amor, particularmente, é aprendido melhor na alegria, na paz e no viver.”

 

“A diferença entre dizer ´eu te amo´ para um amigo ou para um amante é que, se você o disser para o amigo, ele saberá exatamente o que você quis dizer com isso.”

 

“Se alguém deseja conhecer o amor, deve viver o amor em suas ações.”

 

“Para se amar, deve-se viver as questões. Mas para vivê-las, é necessário que se as proponha.”

 

“O amor não pode ser capturado nem preso a uma parede. Ele foge das correntes. Se o amor deseja tomar outra direção, ele o faz; e todas as prisões, guardas, correntes e obstáculos no mundo não são suficientemente fortes para detê-lo por um segundo.”

 

“O amor está sempre de braços abertos. Com os braços abertos você permitirá que o amor venha e vá quando assim o desejar, livremente, pois ele fará isso de qualquer maneira. Se você se fecha sobre o amor descobrirá que ficou segurando apenas a si próprio.”

 

“É tolice acreditar que o amor de alguém possa estar completamente realizado ou posto em prática. O amor perfeito é realmente raro. Deve-se imaginar mesmo se qualquer homem já o alcançou. Isto não significa que não possa ser possível, nem que não seja uma meta a ser sinceramente procurada. Na verdade, é nosso maior desafio, pois o amor e a própria pessoa são uma coisa só e a descoberta de um é a realização de outro.”

 

“O amor ensina ao homem a mostrar o que está sentindo. O amor nunca pressupõe que possa ser percebido ou sentido sem expressão.”

 

“O amor não tem medo de sentir.”

 

“O amor tem necessidade de ser expresso fisicamente.”

 

“O amor revela-se e cresce no momento e na alegria de cada instante.”  

 

“Não existem tipos de amor, o amor é amor; só existem intensidades de amor. O amor é confiar, aceitar e acreditar, sem garantias. O amor é paciente e espera, mas é uma espera ativa, não passiva. Está se oferecendo continuamente numa revelação mútua, num compartilhar mútuo. O amor é espontâneo e precisa se expressar pela alegria, pela beleza, pela verdade, mesmo pelas lágrimas. O amor vive o momento; não está perdido no passado nem precisa do amanhã. O amor é Agora!”

 

“Ser é fazer. Uma pessoa só se torna real (humana) no momento da ação. Se alguém deseja amar, é claro que deve mover-se para o amor.”

 

“Mesmo o maior guru não pode lhe dar o amor. Só pode ajudá-lo guiando-o, oferecendo compreensões, sugestões e estímulos. Você não aprenderá observando os outros viverem o amor; só aprenderá como um participante ativo no amor.”

 

“Aprender a amar é estar em constante modificação.”

 

“O amor sempre cria, nunca destrói. Nisso reside a única esperança do homem.”

 

“Ninguém deve nunca estar satisfeito com sua capacidade para amar. Não interessa em que ponto esteja, sempre será um começo.”

 

“Talvez a palavra mais positiva da linguagem e a que mais conduz para um crescimento continuado no amor é ´Sim´. O Sim é o melhor ´descongelante´ para os símbolos e as idéias congeladas. Uma pessoa que ama diz ´sim´para a vida, ´sim para a alegria, ´sim´para o conhecimento, ´sim´para as pessoas, ´sim´para as diferenças. Sabe que todas as coisas e todas as pessoas têm algo a lhe oferecer, que todas as coisas estão em todas as coisas. Se ´sim´for muito ameaçador, tente ´talvez´. Dizer ´não´a alguma coisa é excluí-la; excluí-la é mantê-la de for a, talvez para sempre.”

 

“O amor real é dedicado ao processo de transformação constante. Pois quando, por qualquer motivo, esse processo termina, o amor torna-se tedioso, indiferente e está destinado ao fracasso. Ele decai. Destrói a si próprio. Então, o que parece ser um começo é, na realidade, apenas o começo de um fim.”

 

“Quando alguém mostra aos outros que os ama, deve mostrar-lhes sua necessidade de amor. Não se pode querer que as pessoas, mesmo aquelas que estejam mais próximas a você, saberão e compreenderão seus sentimentos e necessidades não expressos. Se quer que os outros o conheçam, você é o responsável por se comunicar com eles”

 

“O amor é sempre um compartilhar ativo. Se alguém tem amor para dar, pode dividi-lo com todos no mundo que ainda terá o mesmo amor com o qual começou. Nunca perdemos nada por compartilhar essa coisa, pois nada é exclusivamente nosso ao começarmos. Na verdade, o amor só adquire significado quando compartilhado.”

 

“O homem tem uma necessidade de ser visto, escutado e acariciado. O amor reconhece essas necessidades.”

 

“Um amante reconhece as necessidades dos outros de serem vistos. Ele olha.”

 

“Talvez, se escutássemos outra pessoa, se ouvíssemos verdadeiramente, poderíamos escutar sua alegria e seu choro. O amor ouve. O amor escuta.”

 

“O amor toca, acaricia. O amor físico é necessário para a alegria, o crescimento e o desenvolvimento.”

 

“O amor não é o sexo, embora uma gratificação sensual em graus variados seja sempre uma parte do amor. É impossível imaginar uma situação onde alguém ame profunda e sinceramente sem um desejo por alguma forma de gratificação sexual”.

 

”Já vivi situações em que as pessoas disseram: - ´Por favor, não me toque, prefiro não ser tocado.´ É claro que isso é um direito que deve ser respeitado. Mas o amor é físico, ele toca.”

 

“O amor nunca dá direção, pois sabe que conduzir um homem para fora de seu caminho é oferecer-lhe o nosso, que nunca será verdadeiramente dele e certamente o enfraquecerá. Deve ser livre para seguir seu próprio caminho, da forma que escolher e com a intensidade que quiser. Deve ser livre para cometer seus próprios erros e, a partir deles, aprender o que quiser.”

 

“O amor é seu guia, não seu líder. Cada homem é seu próprio guia. O amor nunca reflete naquele que dá. Pois se houver qualquer revelação de nossa ajuda, então evitamos que o ser amado siga verdadeiramente o seu caminho e ele não esta sendo  verdadeiramente livre. Tem seu caminho e o amor o estimula a segui-lo, mesmo que seu caminho não se encontre com o nosso. Mantê-lo naquilo que acreditamos ser o caminho correto para ele é levá-lo para a escuridão e, como Thoreau diz, os pássaros nunca cantam nas gaiolas.”

 

“Muitas vezes o homem está tão preocupado com o que os outros acreditam, dizem ou pensam, que pára de escutar o que ele acredita, pensa ou diz.”

 

“O amor escuta suas próprias necessidades e aprecia sua própria individualidade.”

 

“O amor, então, reconhece as necessidades, físicas e emocionais. Enxerga tão bem quanto olha, escuta tão bem quanto ouve. O amor toca, acaricia e revela na gratificação sensual. O amor é livre e não pode ser realizado se não for deixado livre. O amor encontra seu próprio caminho, estabelece seu próprio movimento e segue de sua própria maneira. O amor reconhece e aprecia sua individualidade. O amor não precisa de reconhecimento, pois se seu efeito for reconhecível, não é amor verdadeiro.”

 

“Viver no amor é o maior desafio da vida.”

 

“O homem deve saber que só sendo vulnerável pode verdadeiramente oferecer e aceitar amor. Ao mesmo tempo sabe que, se revelar essa vulnerabilidade na vida diária, em geral corre o risco de ser explorado, de levarem vantagem sobre ele. Sente que se mantiver uma parte de si mesmo em reserva para proteger essa vulnerabilidade, sempre receberá de volta apenas uma parcela do amor que dá. Portanto, sua única chance de ter um amor profundo é dar tudo o que tem.”

 

“Se não encontra amor, só pode reclamar do fato de não ter amor. Deve ter certeza do amor que tem dentro de si. Deve dedicar-se ao amor, ser resoluto e não vacilar em seu amor. Ele não deve ser como Cândido, o tolo de Voltaire, e reconhecer apenas a bondade mesmo onde só exista a maldade. Deve conhecer a maldade, o ódio e a intolerância como fenômenos reais, mas deve ver o amor como a maior força. Não deve duvidar disso mesmo por um momento, ou então estará perdido.”

 

“Você deve aprender que não pode ser amado por todas as pessoas. Isso é o ideal. No mundo dos homens, isso é raramente encontrado. Pode ser a melhor ameixa do mundo, madura, suculenta, doce, e oferecer-se a todos. Mas deve se lembrar de que existem pessoas que não gostam de ameixas.”

 

“Não se ama para ser amado; ama-se para amar.”

 

“Talvez o amor seja o processo de eu conduzi-lo delicadamente de volta a si. Não para  quem eu quero que você seja, mas para quem você é”.

 

“Se você é mesmo um amante, há de querer dar o melhor você que há. E isso significa desenvolver toda a maravilha em você como ser humano singular.”

 

“Há um seguro para tudo, sabia? Mas ninguém jamais fez um seguro para não ficar triste. Ninguém faz seguro para não morrer. É a coisa mais inevitável, vai acontecer com todos e todos nós. Isso nos ensina o que é o amor – é braços abertos. É a liberdade. Mantenha os braços abertos e as pessoas virão e irão – e fazem isso, de qualquer forma. Você não tem controle! “Recuso-me a permitir que você morra.’ A que você está se agarrando? Experimente a vida: agonize, grite, chore. E depois largue-a “.

 

“Quanto mais eu vivo no prazer e na beleza, melhor amante me torno. E definir o amor seria limitá-lo”.


(Leo Buscaglia)

 

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